13/09/2002 – CYBERGOIAS.COM – Websit – Renata Tranches
É fácil fazer um castelo(Click para ver a notícia original)
Obra de Milton Dacosta – Menina com Borboleta : pintura de 1948 e 49 foi escolhida para ilustrar a capa da edição coleção. por Renata Tranches
Os rabiscos de giz na parede, trabalhos artísticos na escola ou a simples brincadeira com o pincel e aquarela podem ser as primeiras manifestações artísticas de uma criança.
O resultado dessa manifestação vai depender das influências e da quantidade de informações e referências que ela encontra pela frente. A coleção História da Arte Brasileira Para Crianças, da pedagoga e arte-educadora Nereide Schilaro Santa Rosa, lançada pela Edições Pinakotheke, pode ser um desses instrumentos de formação. O interesesse do público infanto-juvenil nas exposições organizadas pela Pinakotheke fez com que a editora lançasse uma coleção exclusiva para esses frequentadores.
A coleção está dividida em quatro volumes: Cidades e Florestas viajantes entre os séculos XVII e XIX; Luzes e Sombras – O sécculo XIX; Sonhos e Realidade – A primeira metade do século XX e Cores e Formas – segunda metade do século XX. O primeiro deles, sobre os artistas que passaram pelo Brasil, registra o trabalho dos holandeses Eckout e Post, importantes registros do século 17 no Brasil. Mais tarde, Debret, Rugendas, Taunay, Florence, entre outros, fizeram diferentes missões pelas terras brasileiras e realizaram uma obra sobre cidades e florestas por eles observadas.
O segundo livro tem como temática o século 19, com destaque para a Academia Imperial de Belas Artes e seus maiores artistas: Victor Meirelles, Almeida Júnior, Pedro Américo, Eliseu Visconti, Sonhos e Realidade apresenta o nascimento de um movimento genuinamente brasileiro: o modernismo. Nomes como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Portinari, Cícero Dias, Guignard e Heitor dos Prazeres, expressaram seus sonhos e realidade do povo brasileiro.
O modernismo se desenvolveu até o final dos anos 40 quando um novo movimento artístico surgiria: o abstracionismo.
O último livro da coleção mostra a importância do movimento que surgiu a partir da década de 50, no século passado. É um momento significativo da arte brasileira, pois uma nova linguagem se expressa através das cores e das formas. Entre os principais nomes estão Waldemar Cordeiro, Rubem Valentim, Lygia Clark, Tomie Ohtake e os abstracionistas como Krajcberg, Caciporé Torres, entre outros, o final dos anos 80 quando surgem novas expressões figurativas.
Elaboração – Como critério para a seleção das obras ilustrativas foram escolhidas as mais significativas de cada período. Foi levado em conta também a disponibilidade delas, uma vez que várias são provenientes de acervos particulares – além dos públicos. Segundo Nereide, o objetivo era o de abordar a produção artística, dividida em períodos, e contextualizando-a na história brasileira.
Ela afirma ainda que o trabalho não está totalmente finalizado, no próximo semestre devem ser editados mais dois volumes: um sobre o Barroco e outro sobre a Arte Popular. “Com mais esses dois livros a coleção fica completa, diz. Nereide é especializada em livros infanto-juvenis. São dela as coleções Crianças Famosas, Arte e Raízes e Mestres das Artes no Brasil, arte-educadora há mais de 20 anos, sua obra é direcionada à cultura e artes no Brasil.
Ela explica que a preocupação é a de se fazer um material enxuto com informações importantes, explicando também o contexto histórico do movimento artístico, numa linguagem acessível e leve. Vários de seus livros foram premiados pela Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil ‘Altamente Recomendáveis’.
Ela explica que, assim como outros livros, a coleção pode ser uma ferramenta a mais numa sala de aula, utilizado para valorizar a cultura e artes brasileiras, principalmente na rede pública de ensino.
“O que não se vê, não se valoriza”, diz. Segundo a professora, quando se despertar o amor pelas artes nas crianças é provável que muitas delas queiram saber mais, visitanto exposições, museus ou mesmo procurando saber o assunto.
“Quando se mostra como os brasileiros se inspiraram e produziram suas obras mostra-se também que ela é viável, o que desperta ainda mais o saber nas crianças.”